Os Gnósticos

Gnosticismo vem do grego gnosis , "conhecimento". Enquanto o cristianismo se baseia na revelação de Deus ao mundo - que atinge seu ápice na vinda de Cristo ("Quem vê a mim vê ao Pai", João 14:09; "Eu e o Pai somos um", João 10:30) - , o gnosticismo é um movimento muito antigo e de largo alcance até os dias de hoje, sempre de caráter esotérico ( eso significa "dentro" em grego, e esoterikos , "iniciados"), ou seja, que creditava a uns poucos a iluminação espiritual através de estudos ocultistas. Há uma semelhança impressionante entre as filosofias gnósticas anteriores ao Cristianismo - que floresceram em Babilônia, Egito, Síria e Grécia e procuraram se amalgamar posteriormente ao ensino de Cristo (o "evangelho" de Judas é uma das muitas provas disso) - e os ensinos de Allan Kardec e Madame Blavatsky, ambos nascidos no início do século XIX, que condensaram e impulsionaram o espiritismo e o esoterismo modernos, respectivamente. De fato, as doutrinas espíritas e esotéricas atuais são ramificações do velho tronco gnóstico.

Hipolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec), fundador do Espiritismo; seita onde há muitos fundamentos gnósticos.

Logo no século I, o inimigo fortaleceu os incautos com a filosofia gnóstica como uma resposta à mensagem cristã que estava conquistando o mundo. Baseada na filosofia grega, que tem sido a religião do inimigo desde o início (seu método de questionar e desacreditar Deus tem destruído as vidas e almas de milhões de vítimas. Ele não podia tolerar que multidões acreditassem na ressurreição corporal de Jesus. Ele teria de providenciar um ensino falso para adicionar à sua crença pagã, na qual as pessoas adoram falsos deuses e ídolos. Mas o cristianismo estava tão forte que ele teria de introduzir algo que pudesse ludibriar algo os crentes e, principalmente, influenciar os céticos. Ao invés de negar o Jesus histórico, o que seria impossível, pois inúmeras pessoas o tinham visto por si mesmas, ele introduziu o gnosticismo.

Os gnósticos não negam que Jesus viveu; eles negam que ele foi Deus em carne humana. Assim, no final do século I (85-90 d.C.), o apóstolo João encontrou Cerithus, o herético gnóstico do século I na cidade de Éfeso. Foi esse confronto com um evangelista do gnosticismo que motivou João, como a última testemunha ocular da vida de Jesus, de seus milagres e ensinamentos, a escrever o evangelho que leva seu nome. Alguns anos mais tarde ele escreveu as epístolas que são as respostas do Senhor às falsas reivindicações contra a divindade de Jesus, sem a qual não existe salvação a ninguém. É impressionante ver como Deus colocou no coração e na mente do apóstolo João, pouco antes dele morrer, a resposta perfeita às heresias gnósticas que iriam dominar os próximos três séculos.

Todos os falsos ensinos, examinados cuidadosamente, seguem a mesma linha gnóstica, que nega a divindade de Cristo e a salvação pela graça, que são claramente ensinadas nas Escrituras. Ora, a idéia de que os quatro evangelhos foram selecionados para compor o cânon das Escrituras dentre mais de quarenta outros assim chamados "evangelhos" no concílio de Roma em 382 d.C. é historicamente ridícula. Na realidade, eles foram selecionados por terem sido aceitos pela igreja primitiva muito antes do final do século I (exceto Apocalipse, escrito em 95 d.C., mas que foi bem aceito pela igreja primitiva no século II e usado como Escritura por mais de duzentos anos antes do Concílio de Roma). O Dr. Ed Hindson, em sua exposição dos falsos e enganosos ensinamentos do campeão de vendas "O Código Da Vinci", explica claramente:

Os Evangelhos foram escritos de 30 a 50 anos depois do tempo de Cristo. Os falsos evangelhos, os gnósticos citados em "O Código Da Vinci", foram produzidos quase 200 anos depois por aqueles que estavam tentando minar a credibilidade do cristianismo. Os Evangelhos, com nós os conhecemos, dizem muito claramente que Jesus é o Único que ousou afirmar: "Quem me vê a mim vê ao Pai" (João 14:09); "Eu e o Pai somos um" (João 10:30); "... e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (João 08:32). Quando o sumo sacerdote perguntou a Jesus "És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito?", Jesus disse inequivocadamente: "Eu o sou..." (Marcos 14:61-62).

O Novo Testamento contém respostas mais que suficientes às reivindicações gnósticas dos séculos I, III e IV e ao papismo (do catolicismo romano) que levou à Era das Trevas (a Idade Média). A partir do momento em que a Bíblia foi tirada dos monastérios e dos museus e impressa na linguagem das pessoas comuns é que os cristãos foram capazes de enfrentar o violento ataque do humanismo grego (assim chamada sabedoria superior dos gnósticos, que acreditam num entendimento oculto que apenas os iluminados podem compreender). Agora podemos defender com a Palavra de Deus contra os muitos novos modismos gnósticos que seitas e anticristãos propagam. O apóstolo Paulo afirma:

"Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras tendo cauterizada a sua própria consciência, que proíbem o casamento e exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade" ( 1ª Timóteo 4:01-03).

Um bom ponto de partida para diferenciar cristianismo e gnosticismo é uma das questões fundamentais de toda religião: a origem do mal. Para o gnosticismo, doutrina dualista por excelência, a polarização do mundo em bem e mal era existente desde o começo. Rezava o gnosticismo que Deus, pertencente ao mundo espiritual (portanto "bom"), cria sucessivos seres finitos chamados éons, e um deles (Sofia) dá à luz a Demiurgo, deus criador, que fez o mundo material (portanto "mau"). Se o mal está na matéria, a solução lógica para o mal é a libertação deste mundo, que se dá após sucessivas passagens da alma na Terra (reencarnação). É por isso que, nas doutrinas gnósticas modernas, o corpo é invariavelmente visto como prisão do espírito. Assim, a solução para o mal no mundo é dada pelo homem, a partir do progressivo desenvolvimento espiritual, quando, tendo atingido um grau máximo de purificação, não mais precisa "rebaixar-se" ao mundo material. Vê-se claramente uma convergência entre o esoterismo moderno, o espiritismo e o gnosticismo nas seguintes considerações centrais.

Demiurgo, deus criador, que segundo os gnósticos fez o mundo material (portanto "mau" já que eles consideram que o "mau" está na matéria).

O fato de que todo o ensino gnóstico é contrário a Deus, à Bíblia e ao unigênito Filho de Deus é uma evidência convincente de que Cristo é o único Caminho, a Verdade e a Vida.

Devemos agradecer a Deus pela páscoa! Ela nos relembra que o cristianismo é a única fé que Deus deu à humanidade. Ela é baseada na ressurreição de Jesus onde bilhões de pessoas se reúnem em igrejas, templos, casas de oração para comemorar a morte, o sepultamento e a ressurreição corporal de Jesus Cristo, o Filho do Deus Bendito!.

Obs.: Nada dessa idolatria a "coelhinho", a "ovinho" e a "chocolate".

Adaptado da Revista Chamada da Meia Noite (Jul06, págs. 18-20).

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