A aflição do suicida

- Estou mal, muito mal. Suplico, imploro, esbravejo e me desespero. Não sei nem bem o que quero. Minha cabeça é um turbilhão de pensamentos e não consigo me fixar em nada. Será que estou louco? 


Este é o relato que ouvimos de um espírito que tinha se suicidado há meses. Pelas obras espíritas sabemos que os primeiros tempos para o suicida, mesmo quando socorrido, são indescritíveis. Quando digo socorrido é se possível recolhe-lo, em geral por interseção de um parente ou amigo querido que o anteceda na morte física. Mas sua mente continua vivenciando os horrores causados a si mesmo. 

Conta Camilo Castelo Branco, no livro “Memórias de Um Suicida”, que as correções no corpo espiritual atingido em cheio pelo ato insano, demandam muitos séculos vencendo cada etapa de reconstrução de seu psiquismo. Encontramos em geral, segundo explicação de Chico Xavier (Pinga Fogo de 1972), inicialmente em corpos flagelados em profundo caso de paralisia cerebral. Só com o tempo e constando com um amor de mãe é possível conduzi-los à vida, até a completa recuperação, mas quase sempre permanece a compulsão pela morte violenta, mesmo quando já em um corpo são.

No transcorrer de encarnações corretivas, já mais recuperado, os vemos com comportamento autodestrutivo, na fixação pela idéia da morte, nas fobias diversas, tendências a vícios e até nos estados de loucura. Porém, isso não é regra geral e depende se foram ou não socorridos adequadamente, o que vai do merecimento de cada um. O suicido é uma cilada amarga, pois não resolve os aflitivos problemas da vida que permanecem.

Todas as grandes dificuldades estão mais em nós do que no meio em que nos encontramos. São produzidas por nossa mente e rebeldia em relutar contra aquilo que não podemos mudar. Em volta da pessoa o quadro será sempre constante. O medo, o desespero, a insegurança e sensação de perda irremediável estão mais na pessoa que nos fatos ou em sua volta. 
Palavras de Jesus: “Orai e Vigiai” é o antídoto que evita a perda do “Eu Verdadeiro”.   

Os livros mencionados estão à disposição na Biblioteca Publica e na Internet